Olá. Sou o Alexandre.

Cheguei a Elvas em 1973 e, nesse mesmo, ano levaram-me para o Zaire – que era nome de país e de rio. Mais tarde mudaram-lhes o nome para Congo, embora já existisse outro país com o mesmo nome. Para não haver confusões chamaram-lhe República Democrática.

A mim chamaram-me Alexandre.

Nunca me mudaram de nome, mas mudaram-me muitas vezes de sítio. Sempre, ou quase sempre, junto ao mar. Luanda, Aveiro, Estoril, Lisboa. Nesse ambiente fluído tornei-me especialista em números. Fiz-me economista um ano antes do Zaire se ter tornado Congo. A coisa era árida, mas à falta de veia revolucionária procurei a mudança na continuidade.

Investiguei e ensinei Economia. Fui à procura de perceber o propósito da suposta ciência lá fora – que era, diziam-me, onde se aprendiam coisas. Não era.

Tornei-me filisteu sem convicção. Promovi, apoiei e procurei a criação em dezenas de iniciativas, como investidor, gestor ou empreendedor, muitas vezes nos territórios da criatividade, do design, da tecnologia e até mesmo da arte. Era uma falsa democracia que já lá não ia com mudanças. O imperativo criativo ganhou a forma de movimento revolucionário.

E a revolução chegou em 2019.

Se tudo correr de feição vou ser autor-criador-artista (?) antes de o Congo ser democrático.

Pena para o Congo. Bom para mim.

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